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Caros,

o NeoIluminismo, conforme eu o apresento na página O Blog, é um trabalho acadêmico, um Projeto Experimental de Conclusão de Curso.

A defesa do trabalho ocorreu conforme o esperado e tive a felicidade de ser aprovado com nota máxima.

Agora, este blogueiro é um bacharel em Comunicação Social – Jornalismo.

Importante: as postagens publicadas até esta data compreendem o material  apresentado à banca avaliadora do trabalho. Para fins de registro, o blog deverá preservar o conteúdo como se encontra.

Por isso, o blog não será mais atualizado, de forma a manter a originalidade do Projeto Experimental. O registro é importante para mim e para a universidade.

Obrigado a todos que participaram desta trajetória.

Tiago Franz – NeoIluminismo

Elas querem reformar

Minha coluna desta semana no Perspectiva Política:

Elas querem reformar

Mais um argumento somado à defesa da reforma política no Brasil, em especial ao financiamento público de campanhas.

Como está a representação feminina no parlamento nacional?

Confira.

 

Tiago Franz – NeoIluminismo

AI_5_FINAL-2

O NeoIluminismo também vai ajudar na divulgação. Quem não mora em BH tem a internet todinha pra participar do ato. Aproveite, pois se o Projeto de Lei do Senador Azeredo (PSDB-MG) passar, não vai mais ser tão “todinha” assim.

“AI-5 Digital” é apenas um apelido dado ao PL do Senador Azeredo, em memória ao regime militar. Para os que não lembram ou nunca souberam o que foi o AI-5 (o original, de 1968), sugiro: AI-5, o mais cruel dos Atos Institucionais

Segue um texto de Idelber Avelar, um dos debatedores confirmados para o ato:

Os leitores belohorizontinos estão absolutamente intimados a comparecer ao ato público organizado pelo Sindicato dos Jornalistas contra o AI-5 Digital, o projeto de lei que censura e criminaliza o uso da internet para satisfazer o lobby bancário, usando a desculpa esfarrapada da pedofilia. Como já sabem até os pombos da Praça da Liberdade, o projeto é de autoria do tucano Eduardo Azeredo, esse senador que envergonha Minas Gerais.

Faço o anúncio com bastante antecedência: o ato acontece no dia 01 de junho, às 19:30 h, no Teatro Cidade (Rua da Bahia, 1341). Haverá um debate com as presenças minha e do sociólogo Sérgio Amadeu, ativista do Software Livre e professor da Cásper Líbero. Marquem os calendários, por favor. É nossa liberdade internética que está em jogo.

Já protestamos e gritamos muito contra esse projeto. Agora é hora de conhecer os argumentos definitivos para combatê-lo. Túlio Vianna, Professor de Direito Penal e advogado com atuação na área de Direito Informático, conterrâneo que me honra com sua amizade, desmontou e esmigalhou a sandice de Azeredo ponto por ponto. Não há nada que acrescentar ao texto de Túlio. Leiam com atenção e reflitam sobre o tremendo estrago que esse projeto pode fazer em nossas vidas. Observem os interesses que o movem. Atentem para a absurda desproporcionalidade das penas. Notem como o projeto praticamente inviabiliza as redes wi-fi. Vejam como ele traz a semente de um pesadelo orwelliano, o fim de nossa privacidade na internet.

Conto com todos os leitores belohorizontinos. Sérgio Amadeu tem sido um incansável defensor da nossa liberdade na rede e merece uma bela recepção aqui nas Alterosas. ‘Bora todo mundo lá pra Rua da Bahia. Dia 01 de junho, 7 e meia da noite.

(no blog O Biscoito Fino e a Massa – os links no texto são do autor)


Tiago Franz – NeoIluminismo

Technorati Profile

Mais um cadastro. Este blog está ficando super documentado.

BlogBlogs.Com.Br

Pronto. Tá lá o bicho.

Já ouvi muitas pessoas se referirem à escola pública, principalmente às escolas estaduais, pelo termo “escola do governo”.

Minha coluna desta semana no Perspectiva Política:

Nossa escola pública

Que tipo de relação existe entre os diretores das escolas públicas e os governantes de alguns estados brasileiros?

Tiago Franz – NeoIluminismo

Quem foi que morreu?

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Em 28 de março, na cidade de Fortaleza, um cortejo fúnebre percorreu as ruas da cidade.  Quem morreu?

O texto abaixo explica. É um comentário enviado por Ed ao NeoIluminismo, para esta postagem.

O “velório” simbólico, foi um ato público de resistência e reflexão ante a falta de poesia e delicadeza no dia a dia da cidade de Fortaleza: o transito, a pressa, a omissão, a impunidade, o medo e a violência acabem sendo “desculpas” para que nos isolemos em nossas ilhas móveis protegidas por vidros cada vez mais escuros e percamos a troca de olhares, o contato, o encontro …como se pudéssemos.
Estive no passeio público e me emocionei com este evento-intervenção–urbana, que atraiu várias figuras interessantes do centro e teve várias manifestações de apoio não só pelos artistas e afins que participaram, mas das pessoas em geral que se depararam com um cortejo fúnebre com direito a caixão e vela desfilando desde o passeio público, pelas ruas do centro, pela Catedral, em meio aos bares do Dragão do Mar, Praia de Iracema, até o aterro de Iracema onde foi realizada a queima do caixão e a despedida dele ao mar.
No caminho alguns perguntavam ao cortejo:
– “Quem foi que morreu?
E os do cortejo respondiam: – A Gentileza!
Alguns riam, outros se agregaram, uns se assustaram e outros permaneceram inacessíveis à Senhora Gentileza que se despedia!

Tiago Franz – NeoIluminismo

“Neoliberdade”

Confira minha coluna desta semana no blog Perspectiva Política.

“Neoliberdade”

Uma reflexão sobre neoliberalismo e liberdade.

Tiago Franz – NeoIluminismo

Campanha sobre escravidão busca sensibilizar público jovem (Repórter Brasil):

No bojo de mais um 13 de maio, campanha “Escravidão Não” pretende mostrar a jovens que circulam por bares, espaços culturais e universidades de São Paulo que o trabalho escravo continua bem mais presente do que se imagina.

Imagem: site da campanha Escravidão Não

http://www.escravidaonao.com.br/

Tiago Franz – NeoIluminismo

Será que todos estão pela Amazônia? O ativismo ecológico entre artistas da Rede Globo já não surpreende. Surpresa mesmo, se não fosse moda, é o apoio do Sarney. Pelo jeito o presidente do Senado não é o tipo de político que está se lixando para a opinião pública.

“Vigília pela Amazônia” – coluna da senadora do Acre Marina Silva para a Folha de São Paulo.


Na quarta-feira à noite haverá no Senado uma vigília em favor da preservação da Amazônia. A ideia começou a tomar corpo com a reação inconformada da atriz Cristiane Torloni diante da dificuldade de dar consequência ao abaixo-assinado “Amazônia para Sempre”, com mais de um milhão de assinaturas, encabeçado por ela, Vitor Fasano e Juca de Oliveira. Em conversa com os senadores Cristovam Buarque e Ideli Salvatti, surgiu a ideia da vigília, encampada por um grupo de senadores e apoiada pelo presidente José Sarney.” (Leia na íntegra)

Trecho interessante:

(…) o site GloboAmazônia contabiliza, em apenas oito meses, mais de 45 milhões de protestos contra queimadas e desmatamento. Isso dá a média de mais de 5 milhões de protestos por mês ou cerca de 180 mil protestos por dia, ou quase 8.000 protestos a cada hora.”

Tiago Franz – NeoIluminismo

Essa é muito boa.

http://www.xixinobanho.org.br/

Campanha super criativa da S.O.S. Mata Atlântica.

Responda a pesquisa de uma só pergunta e fique informado sobre as vantagens de se fazer xixi durante o banho, no chuveiro, para economizar água e ajudar o planeta.

xixinobanho.org.br

Ah… eu faço.


Tiago Franz – NeoIluminismo

Na última sexta-feira, 08 de maio, cá em Chapecó, no Oeste Catarinense, um ato público nacional reuniu entidades de agricultores, do agronegócio e empresariais, membros do executivo e do legislativo de municípios, de estados e do país, e outros setores da sociedade. Razão do encontro: defender o novo Código Ambiental de Santa Catarina e a autonomia para os entes federados criarem suas próprias leis de meio ambiente, de acordo com suas realidades sócio-econômicas. (…)

Confira os “poréns” na minha coluna deste domingo, no blog Perspectiva Política:

Reforma agrária ou dilúvio – Agricultura familiar e agronegócio não cabem na mesma arca


Você já se perguntou por que o poder executivo do Brasil tem dois Ministérios para os assuntos da terra, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)? Boa pergunta.


Tiago Franz – NeoIluminismo

É do dia 20 de abril, mas eu só vi hoje.

Sou obrigado a assistir o Prates quase todos os dias porque na minha casa o pessoal almoça sintonizado na RBS de Santa Catarina. Nunca gostei dele, mas dessa vez deu vontade de gritar mais alto ainda.

AAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

SAFAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAADOS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Tiago Franz – NeoIluminismo

“Fora Gilmar”

06 de maio, quarta-feira, 19 horas, Brasília, STF.
foto: G1

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Estudantes e magistrados pedem a saída de Mendes do STF durante protesto em Brasília (Folha Online) 

O NeoIluminismo apóia o protesto contra Gilmar Mendes. Por que? Por isto.

Um relato incrível do protesto:
 

Por Controle de Qualidade (no blog do Nassif)

 

Xô Gilmar: dentro & fora

Lá dentro, o lustroso Márcio Chaer falava e tentava fazer gracinhas, mas a platéia pouco se interessava. As paredes e o piso de mármore do Salão Branco do Supremo Tribunal Federal reverberam tudo, do tilintar dos copos às conversas no pé do ouvido. Tudo, menos as palavras de Márcio Chaer, abafadas pela reverberação maior dos que não tinham interesse no que estava sendo dito, apesar do transbordante de orgulho do “editor” pelo lançamento de mais uma edição do seu Anuário da Justiça.

Pouca gente, portanto, ouviu Chaer dizer que há juízes que gostam de aparecer e se tornam celebridades, mas não têm o respeito da comunidade jurídica – ou coisa parecida. Quem ouviu Chaer mas não ouve “as ruas”, ficou na dúvida se ele se referia a Fausto de Sanctis ou a Gilmar Mendes – de pé, ao fundo, como um dois de paus e a eterna cara de… bem, aquela cara que todo mundo conhece. Nem tão poucos, porém, perceberam a gafe do jornalista, que encerrou sua longa fala com um “Vamos ao coquetel!”, quando ainda faltava Gilmar falar. Felizmente, o não menos lustroso Gilmar falou pouco, protocolarmente, com sua indefectível voz de ovo na boca. O clima, a essa altura, já era irreversivelmente de “vamos ao coquetel”.

Lá fora, muitas velas acesas, muitas bandeiras (várias do PSOL), faixas de louvação a Joaquim Barbosa (que, naturalmente, não estava presente lá dentro), muito apito e muito barulho. Difícil precisar quantas pessoas participavam da manifestação – mas o barulho era alto. Claro que no Salão Branco ninguém ouvia nada (afinal, não se ouvia nem mesmo o que se falou lá dentro). Mas bastava pisar do lado de fora para que “a voz rouca das ruas” se fizesse ouvir. “Fora Gilmar” e “Renuncia, renuncia” eram as principais palavras de ordem.

Como lá dentro estava abafado e quente, muitos convidados preferiram ficar do lado de fora. Optaram pelo som das ruas, embora não tivessem descido a rampa e atravessado o isolamento. Sorrisos amarelos, risinhos irônicos, comentários à boca pequena.

Gilmar, mais uma vez, não foi às ruas. Renato Parente também não. Mas Dona Guiomar, primeira-dama, saiu para fumar com as amigas. Viu e ouviu, com ar blasé, o apitaço, até que alguém a chamou e ela se desculpou com o grupo porque “o Gilmar está me chamando”. Apagou o cigarro e voltou ao salão. Vários fotógrafos fizeram o caminho inverso: deixaram o salão e desceram para a rua. Os manifestantes reproduziram, no alto-falante, o bate-boca entre Gilmar e Joaquim (sim, este áudio existe!). Depois, deram-se as mãos e entoaram o Hino Nacional. Alguns discursaram, e logo recomeçava o “Fora Gilmar”.

Curiosamente, as paredes do STF não reverberam só por dentro. Os vidros e o mármore ecoam o que é gritado na praça, engrossando involuntariamente o coro. Quem estava descia um pouco a rampa, um pé lá outro cá, tinha a nítida sensação de que, também lá dentro, o que se gritava era “Renuncia! Renuncia!”.


Tiago Franz – NeoIluminismo

 

Mais de 200 cidades em todo o mundo estão confirmadas na progamação da Marcha da Maconha 2009. No Brasil, o evento foi previsto para 2, 3 e 9 de maio, em 14 cidades. No entanto, problemas com a Justiça provocaram o cancelamento em algumas cidades e adiamento em outras. No próximo sábado (9), sete cidades devem realizar a marcha, caso não haja mais proibições.

Até agora a manifestação foi realizada em Recife e Florianópolis, de forma pacífica. Em São Paulo, Salvador e João Pessoa a marcha foi proibida pela Justiça.

Recife

Confira como foi a manifestação em Recife, no domingo (03/05), por Marco Bahé, do blog Acerto de Contas: Marcha da Maconha realizada na maior “limpeza”.

Ao final, os manifestantes aplaudiram a Justiça pernambucana, que autorizou a marcha por entender que se trata de uma questão de liberdade de expressão e exercício de direitos civis. A ação do promotor José Correia de Araújo (2ª Vara de Entorpecentes), que pedia a proibição do evento sob alegação de apologia às drogas, foi negada pelo juiz Alípio Carvalho Filho.

Florianópolis

No blog do movimento: “A Marcha da Maconha de Florianópolis, realizada no dia 3 de maio tendo início às 16h foi um sucesso! A Marcha não teve interferência nem monitoramento das autoridades (a não ser por um helicóptero da PM que sobrevoou a área do início da marcha em círculos por alguns minutos antes do início da caminhada animando a galera)”.

Para mais detalhes sobre a causa do movimento, leia a NOTA OFICIAL DO COLETIVO MARCHA DA MACONHA BRASIL SOBRE A PROIBIÇÃO DO EVENTO EM VÁRIAS CIDADES DO BRASIL e a CARTA ABERTA À SOCIEDADE BRASILEIRA.

 

Tiago Franz – NeoIluminismo

Está publicado o meu artigo desta semana no blog Perspectiva Política.

Ideologia partidária versus conveniências eleitorais

Mais uma série de fatores que pedem com urgência uma reforma política no país.

Confira as edições anteriores da coluna, com comentários políticos, na página Minha coluna semanal no blog Perspectiva Política.

Tiago Franz – Neoiluminismo

Campanha da organização internacional Avaaz.org:

Exponha a Exxon: veja o nosso vídeo

Representantes das 17 maiores economias do mundo estão se reunindo em Washington para discutir um novo tratado global contra as mudanças climáticas. Enquanto isso a indústria do petróleo, carvão e gás estão investindo milhões em lobby e propaganda para fingir um interesse pelas mudanças climáticas enquanto impedem avanços nas políticas ambientais.

A equipe da Avaaz acabou de terminar um anúncio satirizando a propaganda “ambientalista” da Exxon Mobil. Vamos colocar este anúncio na CNN para despertar a atenção dos líderes de governo presentes no encontro em Washington. Precisamos arrecadar USD$ 100.000 para poder colocá-lo no ar. Veja o anúncio e faça uma doação. Qualquer quantia, pequena ou grande, irá nos ajudar a colocar o anúncio no ar!”

 

Assista o vídeo aqui (com legendas em português).

 

 

Avaaz.orgNa imagem ao lado: um ponto do vídeo em que o ator representa um executivo da indústria petroleira preocupado com as possíveis medidas de combate às mudanças climáticas no mundo. —–>

 

 

 

O anúncio original da Exxon pode ser visto aqui (somente em inglês).

Dos $ 100.ooo,oo necessários à veiculação do anúncio na CNN, a organização já arrecadou $ 85.622,00.

 

Sobre o encontro dos líderes em Washington:

EUA querem que encontro ambiental evite impasse entre ricos e pobres (BBC Brasil)

Chegou a hora dos maiores poluidores do mundo fazerem a diferença (Greenpeace Brasil)

 

Tiago Franz – NeoIluminismo

Quem são os verdadeiros defensores da democracia? 

Burocratas? Defensores da ordem e decoro nas instituições? OAB? STFGilmar Mendes?

Ou

Subversivos? Inconformáveis? O povo? Protógenes Queiroz? Joaquim Barbosa? 

Minha opinião a respeito, publicada hoje no blog Perspectiva Política:

Os verdadeiros defensores da democracia, por Tiago Franz.

 

Tiago Franz – NeoIluminismo

Do blog Acerto de Contas:

 Imagem da semana e protesto do ano em Brasília

Manifestações contra Gilmar Mendes  

A imagem da semana e o protesto do ano. Foto: Valter Campanato, da Agência Brasil.

A imagem da semana e o protesto do ano. Foto: Valter Campanato, da Agência Brasil.

“GILMAR, SAIA ÀS RUAS E NÃO VOLTE”

“GILMAR DANTAS, AS RUAS NÃO TÊM MEDO DE SEUS CAPANGAS.”

A foto acima mostra as faixas de um protesto feito por ex-estudantes da UnB. A manifestação retratada na foto aconteceu na tarde de ontem, 24 de abril, em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal), em Brasília.

O próximo dia 6 de maio de 2009, também em frente ao STF, promete ser o dia de uma grande manifestação nacional em apoio o ministro Joaquim Barbosa.

O que será expressado no dia 6 é o forte sentimento de repúdio que uma parcela significativa da sociedade brasileira vem nutrindo contra a atuação do Presidente do Supremo, Gilmar Mendes.

Não esqueçam de assinar o abaixo-assinado em apoio ao Ministro do STF, Joaquim Barbosa.

 

Piratas Verdes

Imagem do blog O Ciber Ativist@

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Tiago Franz – NeoIluminismo

 

 

Indígenas mexicanos do Exército Zapatista de Libertação Nacional

Indígenas mexicanos do Exército Zapatista de Libertação Nacional

 

 

Não sou diferente da maioria dos jornalistas blogueiros, adeptos da tendência autoral e opinativa dos blogs. Seguidamente escrevo em primeira pessoa, como agora; me faço personagem dos eventos que narro; aponto os caminhos que me levam até as informações que posto; apresento meus pontos de vista.

Para falar do assunto que é a razão desta postagem, seguirei nessa linha, com pequenas viagens no passado recente da minha vida de estudante.

No último domingo, 19 de abril, eu e minha namorada, também estudante de jornalismo, caminhávamos pelo centro de Chapecó, no final da tarde. Nunca senti tanta falta de uma câmera fotográfica ou de uma filmadora como naquele momento. A imagem, em palavras, foi mais ou menos a seguinte: Um índio em trajes, entre 40 e 50 anos de idade, traços fortes, cabelos compridos, sentado em um banco da praça, tapando os ouvidos com as mãos, visivelmente perturbado com os ruídos do ambiente. Ao fundo, a imponente catedral católica e uma multidão de chapecoenses trepados nos carros e correndo pelas ruas, comemorando a classificação do time de futebol da cidade para a final do campeonato catarinense e, alguns, ao mesmo tempo, a conquista do campeonato gaúcho pelo Internacional.

Perdi a foto, mas dificilmente esquecerei aquela cena. Outros quatro índios mais jovens e uma índia da idade do primeiro estavam sentados há poucos metros de distância. Eram músicos e artesãos. Ao lado dos seus produtos, expostos no chão da praça, havia flautas andinas e um pequeno sistema de som com caixas e microfones. Logo notamos que não eram Kaingans (povos indígenas que habitam o Brasil meridional sul e que, em Chapecó, são vistos pelas ruas em situação miserável de vida). Nos aproximamos e ouvimos um dialeto que não identificamos. Curiosos, perguntamos de onde eram. Equador, respondeu a índia com forte sotaque espanhol. Já estavam há alguns dias em Chapecó.

Enquanto os homens do grupo tocam, cantam e dançam, numa performance que junta um bom público ao redor, a mulher comercializa os diversos produtos de artesanato. Graças aos torcedores barulhentos, a música tinha sido substituída por aquela poluição sonora. Além de perder a foto, não pude ver a apresentação, que tinha sido interrompida. Aproveitamos para apreciar o artesanato e trocar algumas palavras com os simpáticos e atenciosos equatorianos. Só no caminho de casa lembramos que era Dia do Índio. Na segunda-feira, minha namorada passou na rua ao lado e, atraída pela música, foi até a praça conferir. Ficou encantada.

“Encanto” é uma boa palavra para expressar minha admiração pelas culturas indígenas. A imagem que tenho dos índios é a defendida por Darcy Ribeiro: uma etnia de fundamental importância à formação do povo latino-americano; e não aquela por José de Alencar em “O Guarani“: o caricato “super-homem das selvas” Peri.

Mas quem melhor apresenta a entia indígena – em toda a sua diversidade existente no continente americano – é a própria, pela arte, pelas formas de organização social e econômica, pela resistência.

Voltemos a mais um episódio recente da minha vida de estudante, desta vez em sala de aula. O professor de jornalismo econômico passava conteúdo de teoria econômica, mais especificamente sobre estrutura de mercado. Sempre que a proposta era pensar alternativas econômicas para um mercado em equilíbrio, me ocorria exemplos reais como as missões jesuíticas, a recém aprovada Constituição da Bolívia, e o Movimento Zapatista do México. O que todos tem em comum? O protagonismo indígena.

É do último, o Enlace Zapatista, que pretendo falar aqui. Aliás, quem vai falar não sou eu, é o principal líder do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), o Subcomandante Marcos, que assim vê o modelo capitalista:

“A estranha alquimia da globalização dos de cima conseguiu a mundialização de um novo dogma: liberação da humanidade é igual à liberação dos mercados… E, como os deuses anteriores, o mercado não caminha com racionalidades de números, estatísticas, leis de oferta e procura, cálculos financeiros. Não, o novo deus tem passo de morte e destruição, de guerra. Apesar disso, nunca irá reconhecer que está destruindo, mas sim que reparte, democraticamente, uma homogeneidade com um vaivém de identidades limitadas: comprador/vendedor. Tudo e, sobretudo, todos os que não podem ou não querem ser uma coisa ou outra, no compasso estridente e frenético do mercado são os outros.”

A citação acima está no texto “O que é ser zapatista“, do  jornalista, sociólogo e educador Guga Dorea, atualmente pesquisador dos princípios zapatistas no projeto Xojobil. Este e outro texto do autor, intitulado “Os zapatistas e a rede virtual de conexões“, estão publicados no Correio da Cidadania, site recomendado por mim na lista de links do blog.

Segundo o artigo da Wikipédia, “o EZLN é um grupo indígena não-violento com sede em Chiapas, o estado mais pobre do México. Incorpora tecnologias modernas como telefones via satélite e Internet como uma maneira de obter a sustentação local e estrangeira. Consideram-se parte do largo movimento de antiglobalização.”

O aspecto da glogalização combatido é o neoliberalismo econômico. Quanto a aproximação das pessoas pelas novas possibilidades de comunicação, que é outra característica atribuída à globalização, o movimento defende a criação de uma rede global de comunicação, formada por diversas forças, sem sobreposição de nenhuma. A essência da causa Zapatista é muito bem colocada pelo Subcomandante Marcos, nestas palavras concedidas à revista Le Monde:

“Na atual globalização o mundo está se tornando quadrado e estão atribuindo cantos às minorias indóceis. No entanto, surpresa. O mundo é redondo, e uma característica da redondeza é não ter cantos. Queremos que não existam nunca mais cantos onde se possa desfazer dos indígenas, da gente que incomoda, para escondê-la como se esconde o lixo para que ninguém veja”.

 

 

Juntas de Bom Governo

Juntas de Bom Governo. Tradução da imagem: Você está em território Zapatista em rebeldia. Aqui manda o povo e o governo obedece. Zona Norte junta do Bom Governo. Se proíbe estritamente o tráfico de: Armas e consumo de drogas, bebidas alcoólicas, venda ilegal de madeira. Não a destruição da natureza. (Wikipédia)

A economia implantada pelos zapatistas nas terras que controlam, no sul e sudeste do México, chamadas Juntas de Bom Governo, é baseada na subsistência, na partilha da terra e da colheita e na autonomia. Visto a importância que tem a terra para a liberdade de um povo, que outro modelo poderia ser mais solidário e justo que este? Se a ciência econômica se ocupa do estudo do melhor aproveitamento dos recursos, que são escassos, para atender com eficiência às necessidades humanas, o que é uma economia equilibrada?

Voltemos mais uma vez à minha sala de aula, desta vez na disciplina de jornalismo político. Ao tratar dos princípios da democracia, o professor apresentou o conceito de Democracia Direta, que é a forma de organização social em que todos os cidadãos participam nos processos de decisão, diretamente. A Democracia Indireta é a que temos no Brasil e em praticamente todas as democracias contemporâneas, onde os cidadãos escolhem representantes para tomar as decisões.

Assim como o equilíbrio de mercado é para a ciência econômica, a Democracia Direta é, para a ciência política, o modelo ideal. Mais uma vez, o Movimento Zapatista serve como exemplo de Democracia Direta efetivamente exercida.

É por acreditar na legitimidade da causa zapatista que apóio as palavras de Guga Dorea e as reproduzo aqui: 

“[…] convido você agora a embarcar nessa viagem de pensarmos a realidade zapatista como uma disparadora de reflexões sobre nossos comportamentos e conceitos sobre a política e as relações sociais. […] Apesar da distância geográfica, como criar vínculos existenciais com o que se passa por lá? Como os zapatistas concebem, por exemplo, o ser igual e diferente na sociedade contemporânea? Como fazer política e viver a partir da proposição “caminhar perguntando”? O que é, nesse sentido, o ato de escrever sobre o “zapatismo”? Os zapatistas são apenas um “eles” passíveis de “nossa” ajuda e solidariedade humanitária? Ou os zapatistas “somos nós”? Marcos sempre afirmou em seus comunicados que “não sou ‘eu’ e sim ‘nós’, os mortos e os vivos que lutaram e lutam nesses mais de 500 anos de injustiça, conflitos e tentativas de estabelecer diálogos com os governantes e a sociedade civil”. Marcos, nessa perspectiva, é por si só “vários”. Ele, enfim, “somos todos nós”. Vamos construir, juntos, o que é o ser zapatista. Caminhando e perguntando.”

Vejo o mundo com olhos zapatistas.

 Tiago Franz – NeoIluminismo

O caso Ian Tomlinson promete esquentar. Está ficando feio pro lado da polícia londrina e melhor para os ativistas que protestaram contra o G20 no ínício do mês.

Confira:

“A primeira versão oficial foi que Tomlinson morreu de um ataque cardíaco em metade da rua e que seu falecimento não teve nada a ver com as diversas cargas policiais que os agentes antidistúrbios realizaram contra os protestos do G20.
Mas a segunda autópsia refuta esta versão, o que acrescenta incerteza a este caso, que foi o estopim de várias queixas posteriores sobre a atuação violenta da Polícia contra quem participou das manifestações do 1º de abril em Londres.”
(Trecho da notícia:
Homem que morreu em protesto do G20 sofreu hemorragia abdominal e não infarto – Último Segundo)

Imagens da agressão sofrida por Tomlinson:

 

Tiago Franz – NeoIluminismo

Por Rosane Felix*
Colaboradora

Discutir Arte como um conceito puro tornou-se praticamente estéril. Por mais que teorizemos, ela (com letra maiúscula ou minúscula) permeia setores sociais, atende a distintos e diversos interesses que por vezes, sem fim, se chocam e se anulam.

O caminho artístico pressupõe domínio de técnicas, uso de materiais e procedimentos institucionalizados ao longo do tempo, que têm sido postos em xeque no ocidente desde os primeiros movimentos modernistas.

Experiências artísticas deflagradas por coletivos como o GIA_BA, o ENTORNO_DF, o OXENTE_RN, o EIA_SP, dentre outros, expressam mundos particulares que são trazidos para a esfera das políticas culturais e dos direitos civis em países “democráticos”, onde sabemos que esses direitos dificilmente poderão ser exercidos pela maioria da população, inscrita numa condição de pobreza e ignorância extremas.

O ativismo na arte contemporânea mostra claramente o quanto é necessário imprimir na existência humana a condição artístico-estética de ser e estar no corpo, no bairro, na cidade, enfim, na realidade social e cultural de onde se está inserido, vivenciando a expressão de nossas ações cotidianas.

É interessante refletir sobre a produção artística coletiva, que tem suas origens na década de 70/80, com grupos como o Viajou sem Passaporte, 3Nós3 e Manga Rosa, cujas ações tinham claros objetivos políticos, em contraponto a muitas ações coletivas da atualidade que se configuram muito mais como um espaço de sociabilidade, visibilidade e subjetividade que por outras vias seriam praticamente inexistentes, convergindo para novas transgressões nos campos da arte. Tudo passa a ser transitório, investigativo, vivencial, abre lacunas, interroga, preocupa, causa estranhamento e transformação.

Há um ciclo que se constitui a partir dessas ações,como o despontar no próprio coletivo de artistas com propostas mais consistentes aos demais, participações em exposições, salões, bienais e afins, residências. Todo esse movimento não substitui o mercado e o circuito da arte, mas realiza uma ventilação, insere novos e paralelos circuitos, amplia a atuação crítica e curatorial.

Ainda não somos a projeção do discurso ético, político e estético que precisamos, mas também não somos a sombra do velho discurso projetado na modernidade.

Estamos construindo um discurso através de ações coletivas que dêem conta das realidades e dos indivíduos, produzindo arranhões na estrutura de maneira hibrida, fluida e conectiva, que libere nosso poder criativo de viver ética e dignamente.

*Artista e arte-educadora, Natal-RN.
Blog: porNIgrafias e apropriações

 

Tiago Franz – NeoIluminismo 

Trago aqui mais desdobramentos dos protestos na City Londrina.
 
Desta vez, os manifestantes pediram justiça para Ian Tomlinson, jornaleiro que morreu após ser agredido pela polícia durante os protestos contra o G20, no dia primeiro de abril. No ato, realizado no sábado (11), outras vítimas da brutalidade policial foram lembradas, como o brasileiro Jean Charles de Menezes, morto pela polícia britânica na estação de metrô de Stockwell em 2005.
 
O G20 Meltdown coordenou o protesto e disse que é apenas o primeiro de uma série de manifestações pela punição dos policiais que agrediram Ian Tomlinson e pelo direito de protestar.
 
“Don’t hate the media, Be the media.

Don’t hate the police, Be the police.

Don’t hate the government, Be the government.”

“Não odeie a mídia, Seja a mídia.

Não odeie a polícia, Seja a polícia.

Não odeie o Governo, Seja o governo.”

As palavras acima são do antropólogo Chris Knight, um dos organizadores do protesto do G20 Meltdown.
Minha principal fonte de informação sobre os protestos em Londres tem sido a jornalista Paula Goés (brasileira radicada em Londres), através do blog Trezentos. Em comentário ao post do último dia 10, Paula sugeriu acompanhar o  Twitter dos ativistas: (http://twitter.com/G20Meltdown/status/1496067088)
O Twitter e o Facebook foram as principais redes sociais usadas na propaganda dos protestos desde o início da mobilização. Mas para quem não domina o inglês, como é o meu caso, sugiro a leitura do Trezentos. Afinal, temos uma brasileira acompanhando de perto e cobrindo (com muito bom jornalismo) os fatos lá em Londres.
Tiago Franz – NeoIluminismo

Prestes a completar o primeiro mês de vida, o NeoIluminismo tem a satisfação de apresentar sua primeira grande parceria.

O novo parceiro é o blog Perspectiva Política, do carioca Bruno Kazuhiro, estudante de Direito (UFRJ), que assim se apresenta:

“O título do blog, “Perspectiva Política”, já explica um pouco dos meus objetivos, é isso mesmo que eu quero, tentar mostrar minhas perspectivas e minhas percepções acerca dos fatos políticos da atualidade. Tudo isso permeado por uma vontade de provar aos jovens, como eu, que a política não deve ser entendida como um antro de corruptos ou uma corja de ladrões, e sim, como o campo onde nós, pessoas de bem, podemos tentar fazer algo positivo pela sociedade que nos cerca. Eu não desacredito a política, desacredito alguns dos políticos. E não se deve confundir essas duas coisas.”

Na semana passada iniciamos um contato via e-mail que transformou-se numa interessante troca de idéias sobre política e jornalismo. Em seguida, aceitei o convite de Kazuhiro e me tornei o primeiro colunista do Perspectiva Política.

Semanalmente, aos domingos, um comentário político assinado por mim será publicado no blog parceiro. O primeiro saiu ontem. Trata do atual momento vivido pela Bolívia. Confira:

“A propósito, folha de coca não é droga”

Os próximos comentários estarão linkados na página “Minha coluna semanal no blog Perspectiva Política”.

Tiago Franz – NeoIluminismo

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Mais G20.

Acabo de ler no blog Trezentos um post fantástico da jornalista Paula Goés, uma das autoras do blog, que participou do G20 Meltdown na semana passada, em Londres. Ela testemunhou momentos marcantes dos protestos contra a cúpula do G20, repletos de repressão policial e atentados ao direito de livre expressão.

No trecho a seguir, um grande exemplo de ciberativismo. Os grifos e cores são meus. 

“O G20 Meltdown foi amplamente divulgado por meio de propaganda boca a boca em mídias e redes sociais, mais notadamente o facebook (com mais de 4 mil membros) e o twitter (mais de mil seguidores), com o download de cartazes a partir do site da coalização que organizou o protesto. Durante o protesto, muitos updates no twitter foram escritos de dentro do cerco por vários usuários diferentes que registraram quase todos os ângulos, de uma forma inédita na história das manifestações inglesas. Mas nem por isso sem farpas na liberdade de expressão digital. Segundo a conta do grupo no Twitter, Marina Pepper, uma das mobilizadoras do evento, teve sua conta de usuária do facebook apagada, depois de postar uma última mensagem que dizia algo do tipo: “A revolução não será televisionada, será facebookeada”.” Ver post completo

É o que eu chamo de Reportagem com R maiúsculo. A foto é do flickr da autora.

Tiago Franz – NeoIluminismo

A eleição de Obama acabou com qualquer dúvida quanto ao poder do marketing político. Com certeza não foi uma campanha comum. Quem acompanhou percebeu o uso de recursos inovadores, alternativos e de grande potencial comunicativo. É claro que sem criatividade não teria sido o que foi.

Conforme escreveu o professor Cid Pacheco, citado no blog MarketingPolítico.com, o marketing político não é um “artifício onipotente” e nem uma “técnica científica neutra”, como defendem duas posições opostas e extremamente exageradas. “A realidade se encontra no meio dessas duas posições”. Isso porque o eleitor (aqui ele se refere ao marketing político-eleitoral) não é um ser “absolutamente frágil e indefeso” e nem um ser “inconstante e todo-poderoso”. Portanto, que não se subestime a inteligência de ninguém! E que a criatividade faça a diferença!

No texto abaixo, a autora do MarketingPolítico.com, Gil Castillo, comenta um ótimo exemplo de marketing político criativo na África. Também um ótimo exemplo de ativismo político.

Criatividade contra a opressão

2009 Abril 7

A criatividade é uma poderosa arma na defesa dos direitos humanos, da justiça, da liberdade e da Democracia. Isso também é Marketing Político, minha gente.

Veja esse exemplo de outdoor exposto na África do Sul e feito todinho com notas de ZimbDólares (dólares zimbabuanos), em protesto contra Robert Mugabe, ditador do Zimbábue, no poder desde 1980 e responsável pela maior inflação do mundo e por um regime truculento e cruel.

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Com a frase “Graças ao Mugabe este dinheiro é papel de parede”, o protesto é do jornal The Zimbabwean, formado por jornalistas zimbabuanos refugiados na África do Sul. A criação da peça é da TBWA Hunt Lascaris e faz parte da campanha “The World’s first Trillion Dollar advertising campaign” (A primeira campanha de publicidade de 1 trilhão de dólares do mundo), que satiriza uma das últimas ações tresloucadas do governo de Mugabe: a criação da nota de Z$ 100 trilhões de dólares zimbabuanos, que não é suficiente para comprar nem um pedaço de pão e certamente nem um tipo de publicidade, como explica a matéria do próprio The Zimbabwean Neswpaper.

A violência contra a oposição, contra a imprensa e o massacre da população, através da fome, do cólera, do HIV e da destruição total da economia não são aceitáveis e já deveriam ter chamado a atenção dos líderes mundiais para uma solução.

Estive no Zimbábue em 2004 e 2005, fazendo um diagnóstico para um trabalho e já naquele momento a situação era péssima, mas pelo menos era possível comprar um sorvete pela bagatela de Z$ 15 mil dólares zimbabuanos. Pela progressão, dá pra ver o tamanho da inflação.
Agora, mesmo com a oposição tendo conquistado um espacinho, a degradação do país é alarmante.

Deixei queridos amigos por lá, pessoas combativas e engajadas, com uma civilidade e bondade desconcertantes diante de tanto sofrimento. Espero que mais e mais ações como essas do “The Zimbabwean” surjam, mobilizando mais gente e ajudando a mudar os rumos da situação.

Disponível em MarketingPolítico.com

Tiago Franz – NeoIluminismo

Na última semana recebi, nos meus alertas de notícias do Google sobre protestos e ativismo, três notícias, em dias consecutivos, relacionadas à causa da diversidade sexual.

As duas primeiras, dos dias 30 e 31 de março, são de portais brasileiros de informação e variedades de interesse GLS ou LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e trangêneros – termo atual oficialmente usado para a diversidade sexual no Brasil. Saiba detalhes aqui). A terceira notícia, do dia 1º de abril, é da Agência Estado e foi publicada num portal de notícias paranaense, numa editoria chamada GLS.

Aspectos fundamentais aos direitos humanos me chamaram a atenção nos três textos. Confiram:

 

Gays protestam contra arcebispo de Olinda e Recife – AthosGLS

(30/03) “O Movimento Gay de Pernambuco Leões do Norte fará um protesto, no próximo dia 03 de abril,contra o arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso, que escomungou os médicos responsáveis pelo aborto da menina de 9 anos grávida do padastro depois de ser abusada sexualmente por ele. Com um boneco restratando o arcebispo, os ativistas farão a malhação do religioso numa referência à tradicional Malhação do Judas, ocorrida na sexta-feira da paixão…”

Iraque anuncia execução de 128 prisioneiros gays – A Capa 

(31/03) “Grupos de ativismo LGBT da Europa chamam à atenção dos direitos gays negados no Iraque e denunciam que o governo do país programa a execução de 128 homossexuais. […] Ali Hali, do grupo IRAQI-LGBT, disse à imprensa europeia que a entidade tem informação de que membros da comunidade foram presos e aguardam execução por conta de terem cometido ‘o crime da homossexualidade’…”

Príncipe indiano vem prestigiar a Parada Gay – Bem Paraná

(01/04) “Manvendra vem para divulgar seu trabalho social e conhecer o ativismo gay brasileiro. […] Ele diz que muitos indianos gays são infelizes, porque são obrigados a se casar. “Há, inclusive, muitos gays enrustidos dentro das famílias reais que não se assumem. Deles, eu recebi apoio para continuar meus trabalhos sociais…”

Recomendo o AthosGLS, A Capa e a Editoria GLS do Bem Paraná aos interessados em acompanhar o ativismo pela diversidade sexual.

 

 Tiago Franz – NeoIluminismo

Um exemplo de como os conteúdos viajam em rede:

Recebi este vídeo de um amigo pelo grupo de e-mails. O e-mail linkava com o blog do Rodrigo Barba, que postou o vídeo por sugestão do amigo Jorge Cordeiro, do blog Escriba.org, que também postou o vídeo e indicou como fonte o blog Making Waves, do Greenpeace.

 

Tiago Franz – NeoIluminismo

O G20 e a resistência

G20

Os líderes participantes da cúpula do G20, encerrada no dia 2 de abril, aprovaram consensualmente uma série de medidas para o enfrentamento conjunto da crise financeira internacional e fortalecimento das moedas. O primeiro ministro britânico, Gordon Brown, anunciou os seguintes acordos:

  • Medidas coordenadas de renúncia fiscal para criação de empregos e crescimento da economia.
  • Injeção, por meio de renúncias fiscais, de US$ 5 trilhões na economia antes do final de 2010.
  • Injeção de US$ 750 bilhões para aumentar os recursos do Fundo Monetário Internacional.
  • Aprovação de um pacote de US$ 250 bilhões para incentivar o comércio internacional.
  • Regulação dos “paraísos fiscais”, com o fim do sigilo bancário e possíveis sanções aos países que não cooperarem.
  • Aumento da regulação e fiscalização dos bancos e fundos de investimentos.
  • Venda de uma parte das reservas de ouro do FMI para ajudar os países pobres.
    (Fonte dos tópicos acima: Último Segundo)

Para desgosto dos ativistas anti-neoliberalismo e anti-capitalismo, a cúpula também acordou persistir na abertura de comércio, destacando a necessidade de concluir a Rodada de Doha de liberalização do comércio mundial.

No geral, os objetivos do G20 justificam a chuva de protestos que marcou a reunião da cúpula em Londres. Fortalecer as instituições financeiras globais e liberalizar o comércio não passam de idéias conservadoras. Nenhuma novidade surgiu no encontro…

…nenhuma mesmo? E quanto a transição para uma economia verde, mencionadaa no encerramento por Gordon Brown e tão martelada pelos ativistas? Nada pode ser mais manjado do que esse discurso. O “verde” já é sinônimo de sustentável: os adjetivos mais “na moda” e “politicamente corretos” da contemporaneidade. Mesmo assim, questões ambientais ficaram de fora da agenda do G20, que nem sequer deu satisfações a respeito. Leia A omissão verde de Londres, por Sérgio Augusto, para O Estado de S. Paulo.

 

 

Confira abaixo como foi a cobertura dos protestos contra o G20 em parte da imprensa online brasileira:

 

 

 ESTADÃO – por Flávia Guerra – 01/04. À espera dos G20, protestos tomam ‘Quatro Cantos’ de Londres: Operação ‘derretimento do G20’ reuniu milhares no coração financeiro da capital britânica; um homem morreu – “Nesta quarta-feira, um 1.º de abril que foi ensolarado na capital britânica, todos os pontos de partida e caminhos traçados pelos ativistas de dezenas de entidades conduziam a um só destino: Bank.[…]milhares de ativistas protestaram contra a atual ordem capitalista mundial e, por consequência, contra a reunião dos G20.” Leia a matéria completa.

 O GLOBO – 01/04. Centro de Londres é palco de manifestações antes do encontro do G-20 – “[…] Pelas estimativas da polícia, ao redor de 4 mil pessoas, incluindo anticapitalistas, anarquistas e ativistas ambientais, resolveram ir às ruas para protestar. […] Vidraças do banco RBS foram quebradas. […] foi montado um esquema de segurança de 7,5 milhões de libras, com a mobilização de 2,5 mil agentes de seis forças de segurança britânicas.” Leia a matéria completa. 

O GLOBO – o2/04. Londres se prepara para mais um dia de protestos nesta quinta-feira – “[…] Ativistas planejam manifestações logo pela manhã na Bolsa de Valores de Londres e atos contra a guerra nas proximidades do local onde os chefes de Estado irão se encontrar. Uma cerca foi erguida no local da cúpula para evitar que os ativistas se aproximem.” Leia a matéria completa. 

G1 – agência EFE – 01/04. Manifestações em Londres e RJ marcam véspera da cúpula do G20 –Mesmo diante de um grande esquema de segurança montado para a Cúpula do Grupo dos Vinte (G20, os países ricos e os principais emergentes), a véspera da reunião de líderes foi marcada por protestos em Londres, inclusive com a prisão de manifestantes, e também por um incidente no Rio de Janeiro.” Leia a matéria completa.

TERRA – por Daniel Gallas – 02/04. Polícia prende mais de 100 em dois dias de protestos em Londres – Após a tensão de quarta-feira, quando houve invasão de um banco, empurra-empurra entre policiais e manifestantes e até uma morte, as autoridades locais esperavam mais um dia de protestos violentos nesta quinta-feira. No entanto, o forte esquema de segurança montado em Londres não foi testado, e o dia da cúpula foi marcado por protestos pacíficos e em pequenos números.” Leia a matéria completa.

ABRIL – agência EFE – 02/04. Protestos perdem intensidade no dia da Cúpula do G20 – “As manifestações organizadas em torno da Cúpula do Grupo dos Vinte (G20, os países mais ricos e os principais emergentes) perderam hoje intensidade e ocorreram sem grandes incidentes, coincidindo com a reunião de chefes de Estado e de Governo realizada em Londres.” Leia a matéria completa.


 

Tiago Franz – NeoIluminismo

A implantação do piso nacional é a principal reivindicação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte), que reuniu professores da rede estadual para protestar em Florianópolis e Chapecó na tarde do dia 30 de março. Protestos de diversas centrais sindicais marcaram o dia no país todo.

Chapecó – Amordaçados com faixas pretas, os professores simbolizaram a falta de diálogo com o governo do Estado. Cerca de 3oo pessoas participaram do ato na cidade do Oeste Catarinense.

Confira as imagens do protesto em frente a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Regional de Chapecó:

Vídeo e fotos de Nanda Dreier, colaboradora do NeoIluminismo. 
 

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Na foto acima, com a mão no rosto, o Secretário de Desenvolvimento Regional Luciano Buligon.

 

Principais reivindicações do Sinte:
(fonte: Diário Catarinense)


— A categoria reivindica que o piso salarial parta da incorporação do abono, dos prêmios Educar e Jubiliar, e que respeite o Plano de Carreira.

— Imediata aplicação dos 33% de hora-atividade da lei do piso.

— Combate a posição do Supremo Tribunal Federal (STF) em defesa do piso nacional.

— Realização de concursos públicos em todos os níveis.

— Contra a municipalização já realizada nos Centros de Educão Infantil e contra qualquer processo de municipalização que possa ocorrer.

— Eleição para diretores de escolas.

— Plano de Saúde para os ACTs.

— Aplicabilidade da Lei 170 que, em seu artigo 67 inciso VI, e no artigo 82 inciso VII limita o número de alunos em sala de aula.

 

Tiago Franz – NeoIluminismo

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No dia 27, há três dias, postei aqui no blog algo sobre a Hora do Planeta, campanha global do WWF realizada no dia seguinte à minha postagem, 28. Juntei-me aos milhares de blogs e sites que viralizaram o protesto pela internet.

Saiba o que é a Hora do Planeta.

É claro que a imprensa não ficaria de fora de uma campanha “tão na moda”! Tevês, jornais, sites informativos, etc, deram razoável cobertura a Hora do Planeta, que foi relativamente bem sucedida no Brasil. Foi a primeira vez que o país participou oficialmente do ato simbólico, através da organização do WWF-Brasil, que faz parte da rede internacional WWF.

Salvar o planeta do aquecimento global é politicamente correto nos dias de hoje. E quando uma questão se torna politicamente correta? Quando a direita aprova e adere. Até os setores liberais da política viraram ambientalistas (no discurso).

Em algumas capitais foi possível notar uma diferença considerável na iluminação durante os 60 minutos do protesto. Muitos edifícios e monumentos públicos ficaram no escuro. Veja fotos no Flickr do WWF-Brasil.

Mas e no interior? Como foi?

Cá em Chapecó, no Oeste Catarinense, havia menos luzes acesas durante a hora do protesto do que no resto da noite. Deixamos tudo no escuro em casa, eu e minha namorada, e saímos, a pé, pelas ruas do centro da cidade. Queríamos ver como estava a participação aqui.

Chapecó estava concentrada em algo muito relevante: o jogo da Chapecoense contra o Avaí pelo Campeonato Catarinense de futebol. O Estádio Regional Índio Condá ardia em luzes durante a Hora do Planeta. Quem sabe esse foi o motivo de haver menos luzes nas residências: poucos estavam em casa. Às 21h30, quando terminou a manifestação, o jogo também havia acabado. Avaí 1 x 1 Chapecoense. Não foi um mau resultado pro time do oeste. Buzinas e gritos de comemoração ecoavam.

Hora do Planeta em Chapecó, Av. getúlio Vargas, Centro, 28 de março de 2009, às 21h.

Hora do Planeta em Chapecó, Av. getúlio Vargas, Centro, 28 de março de 2009, às 21h.

No dia seguinte, na minha caixa de e-mails, li os seguintes depoimentos de amigos residentes em Chapecó:

Juliano

Para mim, ao menos, foi uma experiência muito legal. Às 20h30min desliguei toda a energia elétrica do meu apartamento (menos a geladeira), acendi 3 velas (pus uma na sala, uma na cozinha e uma na sacada), peguei um livro que ando lendo e, ancorado na vela da sala, li. Olhando pela porta de vidro que dá para a sacada, ao menos aqui onde estou, perto da UNO, todas as luzes continuaram acesas. Mas que nada, creio que aos poucos as coisas começam a mudar.
Que esse símbolo não seja lembrado somente uma vez por ano. Minhas lâmpadas continuam desligadas, só o computador projeta luz.

Lucas

Na minha casa desligamos todas as luzes também, ficamos na varanda a luz de velas tocando violão, meu pai e minha mãe tomando mate. Minha mãe até ligou para os parentes tios e tias para lembrar-lhes da hora do planeta (não deram a mínima), o jogo era mais importante. Gostei da experiência, pena que poucas pessoas se sensibilizaram com a hora do planeta.

Mônica

Eu também desliguei, até meu cachorro se aquietou e parou de comer as velas.

E aí na sua cidade? Como foi a Hora do planeta?

Tiago Franz – NeoIluminismo

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Eu também fiquei em dúvida, mas deu pra desconfiar na hora que é um ato simbólico. Desta vez o CMI me surpreendeu. Não esperava algo assim na página principal.

Leia no CMI a divulgação da “Nota de Falecimento”: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2009/03/443528.shtml

 A obra é do grupo de arte visual Acidum (não encontrei nenhum site deles mas uma pesquisa no Google me deu muitos resultados sobre o grupo, principalmente em blogs), de Fortaleza.

NÃO ENTENDEU AINDA? CALMA. Você não foi o único. Os comentários no CMI sobre a nota são muito interessantes:

Comentários:

Mais um editorial elitista (leitor 27/03/2009 22:43)

Mais um editorial dadaísta e elitista aqui no CMI.
Não explica patavinas e o leitor tenta entender o que está acontecendo.
Porra, que merda de site de informação. Assim as pessoas vão preferir o Jornal Nacional, porque pelo menos entendem.
Além de tudo o editorial é bastante despolitizado.
Suponho que foi uma pobre trabalhadora, subempregada que morreu de algums forma, que o editorial não diz com foi (talvez ninguém saiba). Se existe um caso de morte de pobres nas ruas de Fortaleza, que se faça um editorial sobre isso. Mas do jeito que está, que faça nota de falecimento na coluna da direita.
O editorial é tão bizarro e despolitizado que nem cartola teve (afinal, qual seria o tema?).

CONCORDO COM O ANTERIOR (Io 27/03/2009 23:26)
Eu concordo com o comentário acima!
Me parece ser um ato de manifestação, mas ficou claro para os que organizaram, para quem lê aqui de primeira mão, de nada sabemos…

pelo que entendi (Montinho 28/03/2009 10:38 ) 

é algum tipo de manifestação artística,vinculada ao aniversário da morte de José Carlos Ferreira de Sousa.
mas realmente ficou meio no ar.
 

Este último acertou. O caso da morte do catador José Carlos Ferreira de Sousa, de Fortaleza, realmente merece indignação. Sobre o caso: http://www.opovo.com.br/opovo/fortaleza/771509.html

Um vídeo do Acidum:

 

Tiago Franz – NeoIluminismo

 

 

Este protesto, definitivamente, não foi nada “ecochato”. INCRÍVEL!

No dicionário Espanhol-Português WordReference.com, a tradução de basura é:

1 lixo, m. 
2 (fig) porcaria, ƒ.

‘basura’ también aparece en estas entradas:
Português: caminhão – cisco – contrato – despejo – entulho – lixo – radioativo – resto

Em bom e claro espanhol, saiba o que o Greenpeace da Argentina propõe em relação a basura.

Greenpeace propone un mundo libre de contaminantes químicos peligrosos.

  • Apoyamos el desarrollo de la industria limpia para que las próximas generaciones no tengan que cargar con el peso de los químicos contaminantes con los que esta generación carga.
  • Apoyamos el simple principio de que los químicos que poseen propiedades peligrosas no deben ser producidos si existe una alternativa más segura.
  • Desafiamos a los gobiernos a reforzar este principio a través de la legislación, incluyendo la responsabilidad por parte de las empresas.
  • Confrontamos a las industrias que fabrican o utilizan químicos que no pueden ser degradados fácilmente por la naturaleza y que se acumulan los cuerpos de las personas.
  • Investigamos, denunciamos y confrontamos el vertido de materiales.

Tiago Franz – NeoIluminismo

O Brasil participará pela primeira vez da Hora do Planeta, ato simbólico organizado pelo WWF.

Muitos brasileiros não sabem o que é ter luz elétrica em casa. O que custa para quem mora nas cidades ficar no escuro durante uma hora?

QUANDO? Sábado, 28 de março, das 20h30 às 21h30.

Saiba mais no site do WWF-Brasil.

Tiago Franz – NeoIluminismo

Fiquem de plantão!

O G20 se prepara para encarar o G20 Meltdown em Londres.

“Londres, 26 mar (EFE).- A City londrina, centro financeiro do Reino Unido, ficará em estado de alerta em 1º de abril, para enfrentar uma série de protestos de grupos anticapitalistas, que têm como objetivo paralisar sua atividade.” (no Portal G1 – Leia mais!)

O G20 Meltdown é um grande exemplo de rede de movimentos e grupos que se cria em função de uma causa comum: contra a cúpula do G20 (que reúne os países mais ricos e principais emergentes) e contra o capitalismo. Dezenas de organizações e iniciativas ativistas aderiram à rede. Veja quem faz parte do G20 Meltdown aqui.

Um vídeo dos ativistas:

 

Tiago Franz – NeoIluminismo

“Marolinha”

Sugestão de post do professor Érico Assis.

Veja também as partes 2 e 3.

O que é isto? Ativismo partidário de direita?

Tá rodando em emissoras de TV.

Tem gente que acha que o Lula é inocente, ou querem que ele pareça. Será que o presidente fala qualquer coisa e por conta própria? De onde vem a popularidade e o carisma do presidente? Com certeza não é de propagandas políticas como estes vídeos.

Tiago Franz – NeoIluminismo

Em apenas um mês, Juliano Spyer encomendou, recebeu e organizou artigos de 37 autores. O resultado é um livro indiscutivelmente revolucionário, lançado exclusivamente na web, no dia 17 de março.

Capa do "beta-livro" Para entender a internet.

Capa do "beta-livro" Para entender a internet.

 

 “Para entender a internet – Noções, práticas e desafios da comunicação em rede”, é uma coletânea independente que desafia a lógica editorial de produção e distribuição de livros. Além de trazer no conteúdo o que existe de mais importante sobre Web 2.o, aplica e experimenta tudo na prática. O livro existe em função da rede e a rede o faz existir. É um “beta-livro”, como define Juliano Spyer. O download do PDF é instantâneo e o arquivo tem menos de 1 MB.

UM PORÉM: o título dá a impressão de ser um convite a qualquer pessoa interessada em conhecer com profundidade a web, inclusive iniciantes. Mas nem todos os artigos do livro têm linguagem didática e acessível. Em algumas partes é preciso ter um certo domínio da rede para poder acompanhar.

Os autores são ativistas, profissionais e acadêmicos com um perfil em comum: “pessoas que estão pensando a Web, introduzindo tendências e ajudando a cultura da comunicação em rede se enraizar no Brasil”.

ATIVISMO? SIM. O livro pode ser considerado um trabalho ativista. Luiz Carlos Pinto da Costa Júnior diz que o “desenvolvimento de soluções alternativas de acesso às novas tecnologias da informação” e a “crítica ao arranjo proprietário de bens culturais” são formas de atuação do ativismo midiático. Também o professor Érico Assis, orientador deste trabalho, inclui entre as principais causas do ativismo contemporâneo “a manutenção do caráter anárquico da Internet, ciberdemocracia e novas propostas de exercício democrático a partir de tecnologias de comunicação”.

Citação que inicia a apresentação do livro (página 6): “Conhecimento é que nem esterco, se não espalhar, não presta. (D. Maria)

Caro leitor,
Este é um livro diferente, um livro aberto, que convida você a participar dele por este endereço:
http://paraentenderainternet.blogspot.com” (página 3)

No blog acima é possível comentar, trocar idéias com os autores e outros leitores, contribuir com informações, corrigir possíveis erros, e tudo mais que a web oferece para interagir.

Você também pode copiar, distribuir, exibir e executar a obra, e até mesmo criar obras derivadas, sob a condição de dar os devidos créditos aos autores e não fazer uso comercial do material. A obra está licenciada por uma licença Creative Commons (Atribuição – Uso não-comercial – Compartilhamento pela mesma licença 2.5)

Os resultados da iniciativa foram imediatos. Juliano conta no seu site que após 24 horas do lançamento, “Para Entender a Internet” já devia ter mais cópias nas mãos das pessoas do que seu último livro lançado por uma editora, cuja tiragem era de 3 mil exemplares.

Boa leitura!

Tiago Franz – NeoIluminismo

 
 
 
  
Laranja: "Sou um entusiasta do etanol"

Laranja: "Sou um entusiasta do etanol"

 

A terra alimenta as gentes e muitos outros seres viventes.
Os demais seres viventes também alimentam as gentes.
A terra também alimenta muitas máquinas criadas pelas gentes.
Algumas dessas máquinas transportam as gentes pela terra.
Se você tem uma dessas máquinas, ainda não conhece o bioma do Cerrado brasileiro e gostaria de conhecê-lo antes que você ou ele não mais estejam viventes, pode alimentá-la e se deslocar até o Planalto Central do Brasil.
Lá você vai ver o resto de Cerrado vivente. Também vai ver muita comida de gente. E se você demorar um pouco, poderá, quem sabe, ver muita
comida de máquina.
 
 
 
 
  
 
Tiago Franz
  
  
  
 
 
 *** 
 
Conforme me apresento neste blog, sou um humilde estudante de jornalismo que teve o privilégio de ingressar num curso superior. O vínculo informal que mantenho com um grupo de pesquisa da universidade me possibilitou participar de parte de um evento do tipo “ecochique”, o Ambientalis 2009, sem precisar pagar os exorbitantes R$ 100,00 condizentes à inscrição para estudantes. O evento foi realizado em Chapecó, no Oeste Catarinense, onde resido e estudo.
  
Foi assim que assisti à palestra Tendências do uso da Terra pelas Atividades Agropecuárias e Suas Interrelações com a Questão Ambiental, ministrada pelo ex-coordenador de Agricultura e Meio Ambiente do WWF-Brasil, Luis Fernando Laranja, que gentilmente concedeu uma entrevista para meus colegas pesquisadores e para o NeoIluminismo.
 
 Antes de começar a palestra, Laranja explicou que deixou a coordenação de Agricultura e Meio Ambiente do WWF-Brasil há duas semanas para se dedicar a outras atividades. Mesmo assim, devido ao agendamento antecipado, representou a organização no Ambientalis 2009. Laranja disse que ainda mantém vínculos de trabalho positivos com o WWF-Brasil. 
  
 
O desafio: que uso dar à terra?
   
 
 
Nas últimas décadas, a média de qualidade de vida da humanidade subiu muitos degraus. Na mesma proporção aumentou a demanda pelo uso da terra. Além do infreável crescimento da população mundial, a expansão do consumo per capita é fator determinante desse problema – um problema econômico, pois trata-se  de administrar o conflito entre a escassez de recursos naturais e as necessidades e desejos das pessoas.
  
 A missão do programa de Agricultura e Meio Ambiente do WWF-Brasil é “fomentar o desenvolvimento de uma agricultura que priorize a conservação do meio ambiente, valorize as questões sociais e que seja economicamente viável”. Sustentabilidade – a palavra da moda, que foi tema do Ambientalis 2009 – é a questão-chave no desafio de gerir o uso a terra. Para se chegar a um ponto de equilíbrio, Laranja aponta uma série de medidas com base em pesquisas e estatísticas.
 
 A medida que parece ser a mais urgente, até mesmo pelo caráter irracional do problema, é o combate ao desperdício. Segundo Laranja, apenas 39% do total de alimento bruto produzido vai para a barriga do consumidor. Acostumado a lidar com agricultores de mãos calejadas e fala simples, o palestrante gosta de se expressar com a mesma clareza: “É um absurdo o tanto de comida que vai fora na minha casa!”
  • Manifestação: ao final da palestra, um participante exaltado – que segundo conversas paralelas do público é ativista de uma ONG chapecoense – usou o microfone para emitir com decibéis de sobra a sua opinião. Disse, em brados, que se for preciso perder grãos de cereais pela estrada para que outros seres vivos possam usufruir dos frutos da terra, que assim seja. Para ele, o homem é egoísta ao ponto de não considerar que as demais espécies também vivem dos recursos naturais que dominamos. Laranja comentou a fala do manifestante com as seguintes palavras: “realmente, é uma realidade totalmente antropocêntrica”.

 

Agronegócio X ambientalismo
O WWF mantém diálogo com diversos setores envolvivos na produção de alimentos. O mais forte politicamente, essencialmente neoliberal, é o setor do agronegócio. Laranja respondeu especialmente para o blog que a permanente negociação do WWF-Brasil com o agronegócio só deixou o nível do embate recentemente, quando ambas as partes assumiram uma postura de respeito ao outro. O esforço se concentra na busca de “meio-termos”. Em doses pequenas começam a surgir os primeiros resultados, diz Laranja.
Etanol: onde plantar cana?
Os biocombustíveis são uma importante fonte de energia, mas não são a única alternativa. “É bom que haja variadas matrizes energéticas em uso, e o etanol é uma delas”, defende Laranja.  As preocupações do WWF-Brasil com relação ao etanol são:
  • a concentração das plantações de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo e proximidades;
  • a necessidade de expandir a produção de cana;
  • e a ameaça constante ao bioma do Cerrado.
O estado de São Paulo encontra-se numa situação de calamidade ambiental por causa dos canaviais. As plantações engoliram as matas ciliares. A demanda é crescente e não há mais espaço para expandir. A única opção é ir para o interior do país.
Quando há necessidade de mais terras o Cerrado é a maior vítima, já que a sua vegetação é menos densa que a da Mata Atlântica, da Floresta Amazônica e de outros biomas brasileiros. O fortalecimento das leis de preservação das áreas de florestas deixa o Cerrado mais vulnerável à exploração.
Laranja defende que a melhor opção para não frear a expansão da cana é o uso das áreas de pasto, que já não possuem a vegetação original. Para onde vai o gado? Isso Laranja não respondeu, nem eu lembrei de perguntar. Talvez o confinamento seja uma opção… uma opção dentro dos “meio-termos” políticos. Talvez seja melhor consumirmos menos carne… que também é uma causa ativista muito forte. 
 
 
 
Luis Fernando Laranja da Fonseca é doutor em Medicina Veterinária pela USP e pós-doutorado pela University of Kentucky. Confira o currículo acadêmico completo.
 
 
 
 
 
Tiago Franz – NeoIluminismo

Que cara tem o ativismo do século XXI?

As formas tradicionais de política não funcionam ou não têm graça?

A política tradicional, com seu sistema partidário falido, compete com a irreverência e a ludicidade do ativismo contemporâneo. Ao mesmo tempo, a “grande imprensa” compete com formas alternativas de informação. 

Mas o que eu trago neste primeiro post do NeoIluminismo é uma exceção. A Istoé Independente (online) publicou esta semana uma excelente reportagem, na editoria Comportamento, com o título Ativistas urbanos, assinada por Verônica Mambrini.

 

 Istoé: “Longe da política tradicional, jovens lutam por novas causas e encontram formas alternativas de mobilização.”

 

 

 

 

 

 

 

Nos quadros acima (extraídos da página da Istoé): alguns dos grupos e tendências ativistas existentes na grande São Paulo.

 

Fiel às principais caracterísicas do ativismo praticado no século XXI, a reportagem apresenta assim os novos ativistas:

  • “são engajados, mas não querem saber de partidos políticos”
  • “envolvem-se em causas humanitárias, sociais e ecológicas, mas acham que as organizações não governamentais (ONGs) estão fora da realidade”
  • “rejeitam líderes e, para se organizar, usam a internet, numa rede que os liga a grupos semelhantes na mesma cidade, ou outros países”
  • “atuam à margem da estrutura política tradicional e fazem de suas convicções uma forma de viver”

Outro aspecto que observo na matéria é a abordagem com forte base científica. Professores do Núcleo de Antropologia Urbana da USP estão entre as fontes.

Boa leitura!!!

Tiago Franz – NeoIluminismo